domingo, 31 de outubro de 2010
THE SHOES - STAY THE SAME
Tendo em consideração a última nota que escrevi sobre esta banda, e em concreto sobre esta música, deverei de dizer desde então que neste momento ainda gosto mais desta música. Sobre o restante trabalho parace-me profundamente electrónico ... em todo caso já tenho mais informação sobre os SHOES, texto, som e imagem.
Agora o vídeo completo: "The Shoes" com "Stay the Same". Se repararem os membros dos "Shoes" usam botas e sapatos "Dc. Martens" ... memórias dos anos 80.
Agora o vídeo de uma sessão mais ou menos acústica: "The Shoes" com "Stay the Same".
"The Shoes" são uma banda fresquinha, acabada de sair de Rheims, quase pronta para consumo. Ler a biografia: «The Shoes have been locked in dark rooms applying the finishing touches to their debut album due early 2011.
The French dynamic duo have been calling on all the friends they've met on their
travels over the last few years to help them realise their musical dreams. Its some guest list..and is testament to the contagious enthusiasm and er....'joie de vivre' that Guillaume and Ben always bring to their dj sets, remixes, live shows and late nights that this stella crew jumped at the chance to feature on the debut album.
Esser (Transgressive/Chocolate Industries) features on two tracks lending his distinctive vocal stylings and also banging the drums. Rumour has it that the next single in France will be the addictive 'Stay The Same' and a killer remix package is being assembled. Primary 1's on there but you know that already from the release on uber-cool 50 bones label a while back. The beats have been refreshed and the songs gone a little darker. Just how we like it. Tim from Liverpool mavericks 'Wave Machines' reassembled one of the tracks and got all sleazy on the lyrics - its going to make you blush. The Cock and Bull Kid did her thing on the dramatic groove of 'Cliche' which is drenched in middle eastern flavours. Looking for a pianist on the track 'Wolf Under The Moon' it could only be Gonzalez who's added his skills to this psychedelic pop track featuring our friends from Reims 'The Bewitched Hands On The Top Of Our Heads'. There's more but lets save some surprises.
To mix all these ingredients together into a musical delicacy The Shoes called on their friend Lexxx (Crystal Castles, Golden Silvers, Esser, Everthing Everything). A month holed up in darkest Hackney in a bizarre art deco apartment - Miami Vice via E8 - meant that the album could finally be completed. There's dancefloor moments that will be familiar to those that have kept abreast of the remixes (Primary 1, Marina and the Diamonds, Golden Silvers, Esser, Ladyhawke etc) over the last couple of years but there's also dark electronic pop songs that you're going to fall in love with.
The Shoes managed to squeeze a quick trip to Japan in where they ate sushi, shoppped relentlessly and even found the time to dj at the Womb in Tokyo and Osaka. Japanese friends The 80 Kidz were in Tokyo and begged The Shoes for a remix of their new single - Ben also added vocals to a track on their last album.
Oh yeah i forgot - we've got photos by the legendary 'GAVIN WATSON' taken earlier in the year down in Brighton. Look for classic Gavin photos adorning the French release of 'People Movin' and destined for future artwork...To be continued»
MARINALEDA
A utopia chama-se MARINALEDA. MARINALEDA fica já aqui ao lado, na Andaluzia, Espanha.
«UMA ALDEIA ANDALUZA por Mohamed Belaali
"Avenida da Liberdade", "Rua Ernesto Che Guevara", "Praça Salvador Allende, "Paz, Pão e Trabalho", "Desliga a TV, acende a tua mente", "Uma utopia rumo à Paz", etc são os nomes de ruas, de praças e dos slogans de uma aldeia andaluza não longe de Córdoba e de Sevilha que o visitante estrangeiro descobre no fim de uma estrada sinuosa em meio a campos de oliveiras, de trigo cortado e seco ao sol.
A rua principal da pequena aldeia com cerca de 3000 habitantes conduz directamente ao ayuntamiento dirigido por Juan Manuel Sánchez Gordillo, que ganhou todas as eleições por uma ampla maioria e isto desde há mais de trinta anos.
Juan Manuel é um homem simples que recebe os visitantes no seu gabinete, que ostenta um grande retrato de Ernesto Che Guevara, espontaneamente e naturalmente sem agendamento nem protocolo. Ele não hesita em deixar o seu gabinete para mostrar as casas brancas situadas em frente ao edifício e construídas colectivamente pelos próprios habitantes em terras oferecidas quase gratuitamente (15,52 euros por mês) pela comuna. Esta põe igualmente à sua disposição a ajuda de um arquitecto e de um mestre-de-obras. A região contribui com o grosso do material de construção. Promotores imobiliários, especuladores e outros parasitas não têm aqui lugar. A habitação deixa assim de ser uma mercadoria e torna-se um direito.
Juan Manuel fala com entusiasmo e orgulho das numerosas realizações dos habitantes do seu município, com números e gráficos para confirmar.
O empregado do café "La Oficina", um pouco afastado do ayuntamiento, relativiza um pouco as afirmações daquele dirigente mas confirma, no essencial, os avanços sociais da aldeia, nomeadamente a concessão dos terrenos àquelas e àqueles que precisam de uma habitação, primeira preocupação dos espanhóis. Ele confirma também a ausência total da polícia, símbolo da repressão estatal. Com efeito, os habitantes não experimentam qualquer necessidade de recorrer aos seus "serviços". Aqui os problemas de criminalidade, de delinquência, de vandalismo, etc estão ausentes. Eles pensam gerir e resolver eles próprios os problemas que possam surgir entre si. De qualquer forma, desde a partida para a reforma do último polícia, não consideraram útil substituí-lo.
Frente ao "La Oficina" ergue-se um edifício sobre o qual se pode ler "Sindicato de Obreros del Campo" e "Casa da Cultura". Mas esta grande sala serve igualmente como café, bar e restaurante. É um lugar de inter-relacionamento, debates, festa e convivialidade. É ali também que se encontram, a partir da madrugada, os trabalhadores agrícolas para um pequeno-almoço colectivo antes de partirem juntos para uma jornada de trabalho de 6h30 nos campo de "El Humoso", a 11 quilómetros da aldeia.
Esta terra andaluza, hoje trabalhada colectivamente, é testemunha de um passado carregado de acções, ocupações, manifestações, greves, marchas e processos nos tribunais. E é graças a esta luta muito dura e realmente popular que esta terra (1200 hectares) foi arrancada a um aristocrata da região, o Duque do Infantado. Nesta Andaluzia profunda as mulheres, apesar dos pesos sociais e dos preconceitos, desempenharam um papel determinante neste combate para que a terra pertença àquelas e àqueles que a trabalham.
Hoje "estas terras não são a propriedade de ninguém e sim de toda a comunidade de trabalhadores", como dizem os habitantes da aldeia.
Mas para estes operários, não se trata apenas de recuperar as terras, mas também de construir "um projecto colectivo no qual um dos objectivos é a criação de empregos e a realização da justiça social".
Foi assim que nasceu o conjunto das cooperativas que produzem e distribuem uma série de produtos agrícolas de grande qualidade que exigem ao mesmo tempo uma mão-de-obra abundante: azeite, conservas de alcachofras, pimentão vermelho, favas, etc. Os produtores directos destas riquezas trabalham de 2ª feira a sábado com um remuneração diária de 47 euros, qualquer que seja o seu posto o seu estatuto. O excedente que resta é re-investido na empresa comum na esperança de criar mais empregos e permitir assim que todos trabalhem conforme o seu projecto colectivo. Eles tentam por a economia ao serviço do homem e não ao serviço do lucro. O desemprego aqui é quase inexistente, ao passo que ultrapassa os 25% da população activa na Andaluzia e 20% em toda a Espanha!
Em "El Humoso" as operárias e os operários falam com uma certa emoção da sua cooperativa, do seu trabalho, dos seus produtos, da solidariedade e da convivialidade que reinam entre eles. Mas evocam igualmente o temor de ver a sua unidade estalar por causa dos seus inimigos que pensam ser numerosos na região e mesmo em toda Espanha. Nos seus relatos revela-se muita convicção e muita humanidade.
Manolo, um operário da cooperativa, fala com carinho, como se se tratasse de uma pessoa, da máquina de extrair o azeite da azeitona, de que ele cuida. Não hesita em explicar o seu funcionamento, a manutenção de que precisa, etc a todos os visitantes. Fala igualmente com respeito do seu companheiro de luta, o presidente Juan Manuel que considera como "el ultimo" desta categoria de homens capazes de arrostar um tal desafio e de conjugar num mesmo movimento pensamento e prática. Manolo evoca também a vida ascética do autarca da aldeia, as prisões e as perseguições judiciais que sofreu e o atentado do qual escapou. Com insistência, Manolo convida o visitante a retornar à cooperativa no mês de Dezembro ou Janeiro para admirar o trabalho de extracção do azeite.
Mas na aldeia não há nem hotel nem pensão para uma eventual estadia. Entretanto, a municipalidade põe graciosamente à disposição dos visitantes pavilhões os quais podem igualmente, se quiserem, partilhar o alojamento de alguns habitantes por uma quantia simbólica como em casa de António na avenida principal da aldeia. António acolhe calorosamente seus convidados com os quais gosta de falar da originalidade da sua aldeia e parece feliz por viver ali: "agora, dizia ele, vivemos em harmonia aqui".
Vivem igualmente em harmonia com os habitantes da aldeia os trabalhadores imigrdos, também eles contratados pela cooperativa de "El Humoso". Segundo diz o empregado do café da delegação sindical estes homens e mulheres fazem parte integrante da comunidade dos trabalhadores e participam como os outros nas decisões tomadas em assembleias-gerais. Com efeito, estas famosas assembleias fazem-se numa grande sala junto à delegação sindical onde ao lado das cadeiras brancas de plástico há toda espécie de louça e de toalhas armazenadas, provavelmente à espera de uma próxima festa popular. A sala é também ornamentada por um imenso e esplêndido quadro no qual se podem ver homens e mulheres em linhas cerradas antecedidos por dois homens e uma mulher com uma criança nos braços, todos a marcharem para a mesma direcção. "Hoje às 20h30, assembleia-geral na delegação sindical", diz a menagem difundida incansavelmente por uma camioneta que percorre todas as ruas da aldeia, convidando os habitantes à reunião para decidir os seus assuntos.
Eles organizam também os chamados "Domingos vermelhos" em que voluntários encarregam-se gratuitamente, entre outras coisas, de limpar e embelezar a sua comuna: manutenção dos passeios e jardins públicos, plantação de árvores, etc. A aldeia é não só uma das mais seguras como também a mais limpa da região!
A aldeia é relativamente rica em equipamentos colectivos em comparação com as comunas vizinhas. Os habitantes podem banhar-se durante todo o Verão na piscina municipal pela módica quantia de três euros. O infantário para crianças não lhes custa senão 12 euros por mês, refeições incluídas. O complexo desportivo "Ernesto Che Guevara", bem conservado, permite-lhes que pratiquem vários desportos como futebol, ténis ou atletismo.
Durante o Verão, os habitantes assistem regularmente à projecção de filmes ao ar livre no parque natural. Debates, conferências, filmes e apoio aos povos oprimidos, nomeadamente aqueles que estão injustamente privados do seu território, fazem parte da vida cultural e política da aldeia. Juan Manuel usa muitas vezes, ostensivamente, o lenço palestino.
O desporto, a cultura, as festas etc são direitos abertos a todos, tal como o trabalho e a habitação. O desenvolvimento tanto material como intelectual de cada indivíduo é, aqui, a condição do desenvolvimento de todos.
Vá a Marinaleda ver e verificar a realidade desta "utopia". Vá ao encontro destes homens e destas mulheres admiráveis que conseguiram construir, graças ao seu trabalho diário e às suas convicções – e em meio a um oceano de injustiças, desgraças e servidão – uma sociedade diferente. O capitalismo, pelas suas crises repetitivas e o perigo que representa para o homem e a natureza, não tem futuro. O exemplo concreto e com êxito de Marinaleda mostra que uma outra sociedade é possível.»
Em Resistir Info
«UMA ALDEIA ANDALUZA por Mohamed Belaali
"Avenida da Liberdade", "Rua Ernesto Che Guevara", "Praça Salvador Allende, "Paz, Pão e Trabalho", "Desliga a TV, acende a tua mente", "Uma utopia rumo à Paz", etc são os nomes de ruas, de praças e dos slogans de uma aldeia andaluza não longe de Córdoba e de Sevilha que o visitante estrangeiro descobre no fim de uma estrada sinuosa em meio a campos de oliveiras, de trigo cortado e seco ao sol.
A rua principal da pequena aldeia com cerca de 3000 habitantes conduz directamente ao ayuntamiento dirigido por Juan Manuel Sánchez Gordillo, que ganhou todas as eleições por uma ampla maioria e isto desde há mais de trinta anos.
Juan Manuel é um homem simples que recebe os visitantes no seu gabinete, que ostenta um grande retrato de Ernesto Che Guevara, espontaneamente e naturalmente sem agendamento nem protocolo. Ele não hesita em deixar o seu gabinete para mostrar as casas brancas situadas em frente ao edifício e construídas colectivamente pelos próprios habitantes em terras oferecidas quase gratuitamente (15,52 euros por mês) pela comuna. Esta põe igualmente à sua disposição a ajuda de um arquitecto e de um mestre-de-obras. A região contribui com o grosso do material de construção. Promotores imobiliários, especuladores e outros parasitas não têm aqui lugar. A habitação deixa assim de ser uma mercadoria e torna-se um direito.
Juan Manuel fala com entusiasmo e orgulho das numerosas realizações dos habitantes do seu município, com números e gráficos para confirmar.
O empregado do café "La Oficina", um pouco afastado do ayuntamiento, relativiza um pouco as afirmações daquele dirigente mas confirma, no essencial, os avanços sociais da aldeia, nomeadamente a concessão dos terrenos àquelas e àqueles que precisam de uma habitação, primeira preocupação dos espanhóis. Ele confirma também a ausência total da polícia, símbolo da repressão estatal. Com efeito, os habitantes não experimentam qualquer necessidade de recorrer aos seus "serviços". Aqui os problemas de criminalidade, de delinquência, de vandalismo, etc estão ausentes. Eles pensam gerir e resolver eles próprios os problemas que possam surgir entre si. De qualquer forma, desde a partida para a reforma do último polícia, não consideraram útil substituí-lo.
Frente ao "La Oficina" ergue-se um edifício sobre o qual se pode ler "Sindicato de Obreros del Campo" e "Casa da Cultura". Mas esta grande sala serve igualmente como café, bar e restaurante. É um lugar de inter-relacionamento, debates, festa e convivialidade. É ali também que se encontram, a partir da madrugada, os trabalhadores agrícolas para um pequeno-almoço colectivo antes de partirem juntos para uma jornada de trabalho de 6h30 nos campo de "El Humoso", a 11 quilómetros da aldeia.
Esta terra andaluza, hoje trabalhada colectivamente, é testemunha de um passado carregado de acções, ocupações, manifestações, greves, marchas e processos nos tribunais. E é graças a esta luta muito dura e realmente popular que esta terra (1200 hectares) foi arrancada a um aristocrata da região, o Duque do Infantado. Nesta Andaluzia profunda as mulheres, apesar dos pesos sociais e dos preconceitos, desempenharam um papel determinante neste combate para que a terra pertença àquelas e àqueles que a trabalham.
Hoje "estas terras não são a propriedade de ninguém e sim de toda a comunidade de trabalhadores", como dizem os habitantes da aldeia.
Mas para estes operários, não se trata apenas de recuperar as terras, mas também de construir "um projecto colectivo no qual um dos objectivos é a criação de empregos e a realização da justiça social".
Foi assim que nasceu o conjunto das cooperativas que produzem e distribuem uma série de produtos agrícolas de grande qualidade que exigem ao mesmo tempo uma mão-de-obra abundante: azeite, conservas de alcachofras, pimentão vermelho, favas, etc. Os produtores directos destas riquezas trabalham de 2ª feira a sábado com um remuneração diária de 47 euros, qualquer que seja o seu posto o seu estatuto. O excedente que resta é re-investido na empresa comum na esperança de criar mais empregos e permitir assim que todos trabalhem conforme o seu projecto colectivo. Eles tentam por a economia ao serviço do homem e não ao serviço do lucro. O desemprego aqui é quase inexistente, ao passo que ultrapassa os 25% da população activa na Andaluzia e 20% em toda a Espanha!
Em "El Humoso" as operárias e os operários falam com uma certa emoção da sua cooperativa, do seu trabalho, dos seus produtos, da solidariedade e da convivialidade que reinam entre eles. Mas evocam igualmente o temor de ver a sua unidade estalar por causa dos seus inimigos que pensam ser numerosos na região e mesmo em toda Espanha. Nos seus relatos revela-se muita convicção e muita humanidade.
Manolo, um operário da cooperativa, fala com carinho, como se se tratasse de uma pessoa, da máquina de extrair o azeite da azeitona, de que ele cuida. Não hesita em explicar o seu funcionamento, a manutenção de que precisa, etc a todos os visitantes. Fala igualmente com respeito do seu companheiro de luta, o presidente Juan Manuel que considera como "el ultimo" desta categoria de homens capazes de arrostar um tal desafio e de conjugar num mesmo movimento pensamento e prática. Manolo evoca também a vida ascética do autarca da aldeia, as prisões e as perseguições judiciais que sofreu e o atentado do qual escapou. Com insistência, Manolo convida o visitante a retornar à cooperativa no mês de Dezembro ou Janeiro para admirar o trabalho de extracção do azeite.
Mas na aldeia não há nem hotel nem pensão para uma eventual estadia. Entretanto, a municipalidade põe graciosamente à disposição dos visitantes pavilhões os quais podem igualmente, se quiserem, partilhar o alojamento de alguns habitantes por uma quantia simbólica como em casa de António na avenida principal da aldeia. António acolhe calorosamente seus convidados com os quais gosta de falar da originalidade da sua aldeia e parece feliz por viver ali: "agora, dizia ele, vivemos em harmonia aqui".
Vivem igualmente em harmonia com os habitantes da aldeia os trabalhadores imigrdos, também eles contratados pela cooperativa de "El Humoso". Segundo diz o empregado do café da delegação sindical estes homens e mulheres fazem parte integrante da comunidade dos trabalhadores e participam como os outros nas decisões tomadas em assembleias-gerais. Com efeito, estas famosas assembleias fazem-se numa grande sala junto à delegação sindical onde ao lado das cadeiras brancas de plástico há toda espécie de louça e de toalhas armazenadas, provavelmente à espera de uma próxima festa popular. A sala é também ornamentada por um imenso e esplêndido quadro no qual se podem ver homens e mulheres em linhas cerradas antecedidos por dois homens e uma mulher com uma criança nos braços, todos a marcharem para a mesma direcção. "Hoje às 20h30, assembleia-geral na delegação sindical", diz a menagem difundida incansavelmente por uma camioneta que percorre todas as ruas da aldeia, convidando os habitantes à reunião para decidir os seus assuntos.
Eles organizam também os chamados "Domingos vermelhos" em que voluntários encarregam-se gratuitamente, entre outras coisas, de limpar e embelezar a sua comuna: manutenção dos passeios e jardins públicos, plantação de árvores, etc. A aldeia é não só uma das mais seguras como também a mais limpa da região!
A aldeia é relativamente rica em equipamentos colectivos em comparação com as comunas vizinhas. Os habitantes podem banhar-se durante todo o Verão na piscina municipal pela módica quantia de três euros. O infantário para crianças não lhes custa senão 12 euros por mês, refeições incluídas. O complexo desportivo "Ernesto Che Guevara", bem conservado, permite-lhes que pratiquem vários desportos como futebol, ténis ou atletismo.
Durante o Verão, os habitantes assistem regularmente à projecção de filmes ao ar livre no parque natural. Debates, conferências, filmes e apoio aos povos oprimidos, nomeadamente aqueles que estão injustamente privados do seu território, fazem parte da vida cultural e política da aldeia. Juan Manuel usa muitas vezes, ostensivamente, o lenço palestino.
O desporto, a cultura, as festas etc são direitos abertos a todos, tal como o trabalho e a habitação. O desenvolvimento tanto material como intelectual de cada indivíduo é, aqui, a condição do desenvolvimento de todos.
Vá a Marinaleda ver e verificar a realidade desta "utopia". Vá ao encontro destes homens e destas mulheres admiráveis que conseguiram construir, graças ao seu trabalho diário e às suas convicções – e em meio a um oceano de injustiças, desgraças e servidão – uma sociedade diferente. O capitalismo, pelas suas crises repetitivas e o perigo que representa para o homem e a natureza, não tem futuro. O exemplo concreto e com êxito de Marinaleda mostra que uma outra sociedade é possível.»
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Utopia
SELECTED WORKS BY B. MIKHAILOV
Boris Mikhaelov é talvez o fotojornalista Soviético/Ucraniano mais apreciado no ocidente. Segundo reza a lenda teve alguns problemas com as entidades soviéticas à conta das suas fotografias de nu, tendo a sua função de engenheiro sido posta em causa.
Curiosamente, a sua selecção de trabalhos fotográficos ronda em torno desintegração social na era pós-soviética: a máscara do capitalismo cai.
Este trabalho fotográfico, mais do que busca do belo, procurou uma parte do real.
«Boris Mikhailov, born in 1938 in Kharkov, Ukraine lives and works in the Ukraine and in Berlin. Case History documents Mikhailov’s perception of social disintegration ensuing from the break-up of the Soviet Union – both in terms of social structures and the resulting human condition. Case History documents the social oppression, the devastating poverty, the harshness and helplessness of everyday life for the homeless.»
«“First, these were the people who had recently lost their homes. According to their position they were already the bomzhes (“bomzh” = the homeless without any social support), according to outlook they were simply the people who got into trouble.”»
«“Now they are becoming the bomzhes with their own class psychology and “clan” features. For me it was very important that I took their photos when they were still like “normal” people. I made a book about the people who got into trouble but didn’t manage to harden so far.”»
«“I suddenly felt that many people were going to die at that place. And the bomzhes had to die in the first rank, like heroes – as if their lives protected the others’ lives.”»
«“It is a disgraceful world, populated by some creatures that were once humans, but now these living beings are degraded, ghastly, appalling. This "fauna" is specific especially to the period of quasi-general diffidence, specific for most of the post-communist world.”»
«“"BOMJI". It is a term made of capital letters, recently coined. It literally refers to those people without a stable residence, practically living in the streets, wherever they can stretch their bones.”»
«“I took the pictures displaying naked people with their things in hands like people going to gas chambers.”»
«“What happened on the ruins of the ex-Soviet Empire is still unique. Motivations are different. These guys’ shabbiness is the mirror of the ruin and disappointment of a much larger number of people, most of whom no longer feel safe and wealthy as in the Soviet era; many people’s ideals are gone forever, others have simply gone mad! I have taken pictures of them and I have enjoyed it, and maybe the whole world has a better understanding of the post-communist dramas through these sequences taken directly after nature.”»
«“This series of photos is a cycle called "Case History", that I might equally call the "clinical file of a disease". It took shape round 1997-1998. A big city, such as Harkov, offered me a great deal of raw material. And I did not miss it, I did not ignore it.”»
«“I tried to capture the feeling of their helplessness, of their social oppression; I once witnessed a scene whereby a strong young man caviled at a poor guy passing by and kicked him hard. I even thought I had heard the poor man’s bones break. Nobody noticed it, either those nearby, or the militia man patrolling close by. I felt guilty, as I often feel guilty of things I see and take pictures of.”»
«“Many people tell me that they have noticed such guys only after seeing my photos. Before, they didn’t have eyes for them. I could not say that I am a "chronographer" above all, because I am selecting, even sniffing situations for a long time. They say about me, that I proceed like a cat hiding, watching. I am waiting for the best moment to push the button of the camera.”»
«“I am not trying to take pictures of sensational things, but rather of those things which are in excess.”»
«“I am trying to find the unique in that manifold reality itself. Maybe that is exactly what people like, first of all.”»
«“I think that the phenomenon I am telling the world about is post-communist and post-Soviet in its essence and that it belongs especially to this world, to the Slavic universe.”»
«When used for documentation purposes, the photograph exposes a host of fissures within society, portraying the condition of the immediate environment while simultaneously gauging it in a single snapshot.»
«These particular images first portray the working class of the Cold War era and then the poverty-stricken public, proving that both Perestroika and Glasnost left the people of the Ukraine with much less than they promised.»
«Mikhailov was never trained as a photographer but used the medium as a forum for free exchange which revealed controversial subject matter--such as nudity or the dire poverty that he and others witnessed throughout the neighborhoods of the Ukraine.»
«Case History documents the social oppression, the devastating poverty, the harshness and helplessness of everyday life for the homeless»
Curiosamente, a sua selecção de trabalhos fotográficos ronda em torno desintegração social na era pós-soviética: a máscara do capitalismo cai.
Este trabalho fotográfico, mais do que busca do belo, procurou uma parte do real.
«Boris Mikhailov, born in 1938 in Kharkov, Ukraine lives and works in the Ukraine and in Berlin. Case History documents Mikhailov’s perception of social disintegration ensuing from the break-up of the Soviet Union – both in terms of social structures and the resulting human condition. Case History documents the social oppression, the devastating poverty, the harshness and helplessness of everyday life for the homeless.»
«“First, these were the people who had recently lost their homes. According to their position they were already the bomzhes (“bomzh” = the homeless without any social support), according to outlook they were simply the people who got into trouble.”»
«“Now they are becoming the bomzhes with their own class psychology and “clan” features. For me it was very important that I took their photos when they were still like “normal” people. I made a book about the people who got into trouble but didn’t manage to harden so far.”»
«“I suddenly felt that many people were going to die at that place. And the bomzhes had to die in the first rank, like heroes – as if their lives protected the others’ lives.”»
«“It is a disgraceful world, populated by some creatures that were once humans, but now these living beings are degraded, ghastly, appalling. This "fauna" is specific especially to the period of quasi-general diffidence, specific for most of the post-communist world.”»
«“"BOMJI". It is a term made of capital letters, recently coined. It literally refers to those people without a stable residence, practically living in the streets, wherever they can stretch their bones.”»
«“I took the pictures displaying naked people with their things in hands like people going to gas chambers.”»
«“What happened on the ruins of the ex-Soviet Empire is still unique. Motivations are different. These guys’ shabbiness is the mirror of the ruin and disappointment of a much larger number of people, most of whom no longer feel safe and wealthy as in the Soviet era; many people’s ideals are gone forever, others have simply gone mad! I have taken pictures of them and I have enjoyed it, and maybe the whole world has a better understanding of the post-communist dramas through these sequences taken directly after nature.”»
«“This series of photos is a cycle called "Case History", that I might equally call the "clinical file of a disease". It took shape round 1997-1998. A big city, such as Harkov, offered me a great deal of raw material. And I did not miss it, I did not ignore it.”»
«“I tried to capture the feeling of their helplessness, of their social oppression; I once witnessed a scene whereby a strong young man caviled at a poor guy passing by and kicked him hard. I even thought I had heard the poor man’s bones break. Nobody noticed it, either those nearby, or the militia man patrolling close by. I felt guilty, as I often feel guilty of things I see and take pictures of.”»
«“Many people tell me that they have noticed such guys only after seeing my photos. Before, they didn’t have eyes for them. I could not say that I am a "chronographer" above all, because I am selecting, even sniffing situations for a long time. They say about me, that I proceed like a cat hiding, watching. I am waiting for the best moment to push the button of the camera.”»
«“I am not trying to take pictures of sensational things, but rather of those things which are in excess.”»
«“I am trying to find the unique in that manifold reality itself. Maybe that is exactly what people like, first of all.”»
«“I think that the phenomenon I am telling the world about is post-communist and post-Soviet in its essence and that it belongs especially to this world, to the Slavic universe.”»
«When used for documentation purposes, the photograph exposes a host of fissures within society, portraying the condition of the immediate environment while simultaneously gauging it in a single snapshot.»
«These particular images first portray the working class of the Cold War era and then the poverty-stricken public, proving that both Perestroika and Glasnost left the people of the Ukraine with much less than they promised.»
«Mikhailov was never trained as a photographer but used the medium as a forum for free exchange which revealed controversial subject matter--such as nudity or the dire poverty that he and others witnessed throughout the neighborhoods of the Ukraine.»
«Case History documents the social oppression, the devastating poverty, the harshness and helplessness of everyday life for the homeless»
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